Vivemos em um tempo marcado por avanços científicos e tecnológicos
que nos obrigam a procurar propostas educacionais capazes de formar os
alunos para a vida, o trabalho, o lazer, a conquista de seu espaço e a
vivência plena de sua cultura. Na esfera da educação escolar pública,
nos são impostos múltiplos desafios. Todavia, considerando-se a
prioridade e a urgência, um deles se destaca e se impõe: oferecer
educação escolar a todos e por meio de uma proposta educativa que
responda com qualidade às exigências atuais.
Para tanto, a educação escolar brasileira necessita implementar um
currículo que tenha como ponto de partida a realidade imediata e a
cultura local e, como objetivo final, a construção, aquisição e
ampliação de conhecimentos. A escola do futuro se faz com a escola do
presente, e o agora agrega no seu contorno o passado, como história e
memória de saberes, e o futuro, como projeto e desejo do que se quer
aprender.
Afirmar que agora é a hora da escola é ter como premissa básica que
o que se vive é o que se aprende. Ou seja, durante a vida escolar, é
impossível ensaiar ou improvisar, uma vez que a relação entre os
sujeitos e o objeto de conhecimento é vivida na dimensão real e
concreta.
Na escola do presente, a relação professor-aluno tem papel
fundamental no processo educativo, mas depende do clima estabelecido,
da capacidade de ouvir e discutir o nível de compreensão dos educandos
e da criação da ponte entre o conhecimento do aluno e o da escola.
Portanto, a troca de experiências na busca da aquisição de novos
conhecimentos e novos caminhos a serem seguidos é essencial.
Para enfrentar esse desafio, a escola precisa dar conta da realidade
presente e estar atenta ao seu entorno, visto que trabalha com tempos
de médio e longo prazo. Ela deve estar aberta ao mundo em que
conhecimento, opiniões, manifestações artísticas e culturais circulam e
se transformam com rapidez por meio de diferentes linguagens.
Para construir alternativas de ação, planos e passos para a
educação, avaliando continuamente o processo e os resultados, a escola
do presente deve desenvolver um trabalho coletivo, com base na leitura
dos limites e possibilidades do contexto escolar. É nesse cenário que
são organizados os projetos pedagógicos, levando-se em conta a
identidade da escola, porém vinculados com diretrizes mais amplas,
definidas no campo social.
Educar é uma atuação mais abrangente do que ensinar e transmitir
informações — compreende uma reflexão sobre os valores subentendidos no
conhecimento adquirido. A escola, então, é o lugar em que se entrelaçam
o ser, o conviver, o saber e o fazer, a produção intelectual e o
conhecimento advindo do entorno social. É o espaço, portanto, onde se
aprende a articular saberes para usá-los na resolução dos conflitos que
se apresentam na realidade concreta.
A compreensão dos conceitos, procedimentos e atitudes demanda do
educando um exercício de reflexão, colocando-o como sujeito ativo do
processo. Desse modo, o fazer didático exige uma atuação diferenciada
do docente, que permitirá que o aluno possa desenvolver, de forma
autônoma, a compreensão de outras formas em que tais conteúdos se
manifestam.
fonte administradores .com